sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Arquitetura, arte, design e ....museu.

Um pouco de informações sobre arte, arquitetura, design e o projeto do Vitra Design Museum, Weil am Rhein - Basiléia (1987/1989), de Frank Gehry.


Renato De Fusco em seu livro, “História da Arte Contemporânea” (1988), enumera alguns dos últimos movimentos de arte que marcaram a passagem da modernidade para a pós-modernidade. A Body Art, uma arte que utiliza o corpo do artista como o meio expressivo, sendo considerada a última ramificação do Expressionismo; o Pop Art refletiu alguns aspectos da cultura de massas e a justificativa dessa corrente; a Minimal Art, síntese da Op e Pop Art, uma das mais recentes manifestações da escultura contemporânea.

A cena contemporânea, em um mercado internacionalizado de novas tecnologias e de diferentes atores sociais, desenvolve-se em experiências culturais diferentes. As novas orientações artísticas, apesar de distintas, partilham de um espírito comum, cada um a seu modo nas tentativas de dirigir a arte, às coisas do mundo, à natureza, à realidade urbana e ao mundo da tecnologia. (www.itaucultural.org.br/.../Enciclopedia/ artesvisuais2003/).

Montaner em seu livro, “Depois do Movimento Moderno - Arquitetura da Segunda Metade do Século XX” (2001), lembra que a arquitetura recentemente recorreu a um novo paradigma: o estatuto da obra de arte. Sempre à procura de modelos que reconduzissem sua complexidade, junto às várias referências.

Deste modo, com o aumento das possibilidades tecnológicas, no final do século XX, uma posição arquitetônica tenta se afastar da produção em série e se abrigar no campo da obra de arte contemporânea. “Esse caminho busca na obra de arte com seus componentes irracionais, um modelo que lhe dá legitimidade e estrutura para os processos de investigação formal.” (Montaner, p. 216)

Montaner destaca a evolução dos experimentos entre arte e arquitetura, dentro do contexto norte-americano, a partir do final dos anos sessenta. E, o grupo SITE (Sculpture in the Environment), encabeçado por James Wines, une escultura ambiental com escultura inovadora, seguindo a via da arte pop e da arte conceitual. (p.216)

Como parte da arquitetura atual se baseia na multidisciplinaridade, as sugestões da pintura, escultura, cinema, etc., podem enriquecer o design e a arquitetura. “Este universo novo e heterogêneo de objetos pode ser imaginativo e esboçado.” Assim, suas fronteiras tornam-se difusas. (Montaner, p.215)

O artista portanto, se aproxima da realidade concreta - o de integrar o que se palpita nas ruas. O arquiteto, por sua vez, busca se aproximar dos mecanismos da criação artística para resgatar uma autenticidade perdida. Como as intervenções que artistas plásticos fazem em interiores, espaços públicos e paisagem.

Dentro dos exemplos desta interação no âmbito da arquitetura internacional, encontra-se a arquitetura e o design de Frank Gehry. Com o seus vários projetos, destaca-se aqui: o Vitra Design Museum, Weil am Rhein - Basiléia (1987/1989).

Vitra é uma empresa dedicada à construção de móveis, com projetos para os diversos edifícios no recinto da fábrica. Foi concedido a Gehry, o projeto do Stuhlmuseum (Museu da Cadeira). São 8.000 metros quadrados de construção em dois pavimentos, dedicada a exposições de cadeiras, design e programas educacionais. O museu abriga exposições temporárias sobre temas de design de mobiliário.

Moneo em “Inquietação teórica e estratégia projetual na obra de oito arquitetos contemporâneos”(2008), analisa o projeto do Vitra Design Museum. Ele diz que Gehry ao perceber um esgotamento no mecanismo que o levava a recomposição do fragmentário, sente-se atraído por uma arquitetura em que a força do unitário é notada. “Ela é contínua, unitária e móvel. O museu do Desenho é uma construção de cubos montados entre si, como num tabuleiro de xadrez, que parecem desafiar as leis da gravidade. (...) Não se identificam elementos que o compõem, o edifício se apresenta como realidade pura." Podem-se estabelecer paralelos com esculturas de vanguardas (Pevsner ou Naum Gabo, More ou Stella). Desta forma, nos mostra como é possível modelar os espaços.
“Gehry não faz distinção entre espaço interior e exterior. Ele dissolve a distinção entre dentro e fora, entre interior e exterior - um espaço indefinível e fluído. Uma idéia que leva a uma figuração em que a unidade prevalece e o movimento se apresenta como atributo indispensável." (...) "Um passo importante de abandonar os mecanismos formais derivados do cubismo, tornando-se um projeto-chave em sua carreira." (Moneo, p.274)

O Guggenheim Museum de Bilbao (1991-1997), seu prédio mais conhecido, um tumulto de contornos e formas, à margem do rio Nervion é um reflexo da cidade com formas novas e dinâmicas. "Seu projeto permite comprovar que o programa estabelecido em Vitra serve para levar adiante uma obra de grande porte, além de demonstrar sua astúcia como urbanista." (Moneo, p.278)

“Por definição, um edifício é uma escultura porque é um objeto tridimensional." Frank Gehry

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