terça-feira, 13 de outubro de 2009

Fragmentos de “A CONSTRUÇÃO DO OLHAR” de Fayga
Ostrower
NOVAES, Adauto (org.). O Olhar. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
...quando um artista começa a criar uma imagem, ele parte de um plano pictórico, uma superfície. Esta superfície ainda está vazia, não há nada dentro dela, mas ela já constitui uma forma espacial.

...A elaboração artística consiste em transformar o espaço do plano pictórico em espaço expressivo (...) o artista configura o conteúdo de seus sentimentos em formas de espaço, usando todas as virtualidades dinâmicas do plano pictórico. Assim ele caminha da figura do plano para a figura de sua imagem. Jamais então a criação artística surge do nada. A obra de arte deve ser entendida como resultado de um processo de transformação, partindo de certos dados e chegando a outros dados.

...Quando pensamos o que mais distingue os seres humanos, na sua humanidade, sua compreensão e criatividade, terminamos chegando sempre a qualidades estéticas: ao senso de harmonia e de beleza que os homens são capazes de entender nas ordenações universais da Natureza. A sensualidade da percepção, que se transforma em espiritualidade. Então estes conteúdos podem ser transmitidos visualmente pelas imagens de arte, e nós os compreendemos sem precisarmos usar de palavras. Só o olhar.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Variações

"é uma instalação composta por três piscinas com água aquecida e em movimento permanente, com diversas tigelas de porcelana de diferentes dimensões flutuando. Elas rodam incessantemente do centro para fora, conforme a corrente gerada pela bomba, numa coreografia hipnótica do olhar, ao mesmo tempo em que ao se baterem de modo "acidental", produzem uma coleção de sons variados, uma sonoridade suave e repetida, como um mantra que preenche o espaço." Ivo Mesquita - Curador - Projeto octógono Arte Contemporânea


Vídeo da Exposição Variações de Céleste Boursier-Mougenot. Pinacoteca do Estado de São Paulo, 07/10/2009.

"as emoções dão colorido a toda experiência humana, incluindo os níveis mais altos do pensamento." Yi-Fu Tuan, Espaço e Lugar, 1983. pg.09

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Rubik Cube for Blind by Zhiliang Chen


"como a aranha com sua teia, cada indivíduo tece relações entre si mesmo e determinadas propriedades dos objetos; os numerosos fios se entretecem e finalmente formam a base da própria existência do indivíduo." Christian Norberg-Chultz, 1975.

A experiência passa pelos sentidos...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Arquitetura, arte, design e ....museu.

Um pouco de informações sobre arte, arquitetura, design e o projeto do Vitra Design Museum, Weil am Rhein - Basiléia (1987/1989), de Frank Gehry.


Renato De Fusco em seu livro, “História da Arte Contemporânea” (1988), enumera alguns dos últimos movimentos de arte que marcaram a passagem da modernidade para a pós-modernidade. A Body Art, uma arte que utiliza o corpo do artista como o meio expressivo, sendo considerada a última ramificação do Expressionismo; o Pop Art refletiu alguns aspectos da cultura de massas e a justificativa dessa corrente; a Minimal Art, síntese da Op e Pop Art, uma das mais recentes manifestações da escultura contemporânea.

A cena contemporânea, em um mercado internacionalizado de novas tecnologias e de diferentes atores sociais, desenvolve-se em experiências culturais diferentes. As novas orientações artísticas, apesar de distintas, partilham de um espírito comum, cada um a seu modo nas tentativas de dirigir a arte, às coisas do mundo, à natureza, à realidade urbana e ao mundo da tecnologia. (www.itaucultural.org.br/.../Enciclopedia/ artesvisuais2003/).

Montaner em seu livro, “Depois do Movimento Moderno - Arquitetura da Segunda Metade do Século XX” (2001), lembra que a arquitetura recentemente recorreu a um novo paradigma: o estatuto da obra de arte. Sempre à procura de modelos que reconduzissem sua complexidade, junto às várias referências.

Deste modo, com o aumento das possibilidades tecnológicas, no final do século XX, uma posição arquitetônica tenta se afastar da produção em série e se abrigar no campo da obra de arte contemporânea. “Esse caminho busca na obra de arte com seus componentes irracionais, um modelo que lhe dá legitimidade e estrutura para os processos de investigação formal.” (Montaner, p. 216)

Montaner destaca a evolução dos experimentos entre arte e arquitetura, dentro do contexto norte-americano, a partir do final dos anos sessenta. E, o grupo SITE (Sculpture in the Environment), encabeçado por James Wines, une escultura ambiental com escultura inovadora, seguindo a via da arte pop e da arte conceitual. (p.216)

Como parte da arquitetura atual se baseia na multidisciplinaridade, as sugestões da pintura, escultura, cinema, etc., podem enriquecer o design e a arquitetura. “Este universo novo e heterogêneo de objetos pode ser imaginativo e esboçado.” Assim, suas fronteiras tornam-se difusas. (Montaner, p.215)

O artista portanto, se aproxima da realidade concreta - o de integrar o que se palpita nas ruas. O arquiteto, por sua vez, busca se aproximar dos mecanismos da criação artística para resgatar uma autenticidade perdida. Como as intervenções que artistas plásticos fazem em interiores, espaços públicos e paisagem.

Dentro dos exemplos desta interação no âmbito da arquitetura internacional, encontra-se a arquitetura e o design de Frank Gehry. Com o seus vários projetos, destaca-se aqui: o Vitra Design Museum, Weil am Rhein - Basiléia (1987/1989).

Vitra é uma empresa dedicada à construção de móveis, com projetos para os diversos edifícios no recinto da fábrica. Foi concedido a Gehry, o projeto do Stuhlmuseum (Museu da Cadeira). São 8.000 metros quadrados de construção em dois pavimentos, dedicada a exposições de cadeiras, design e programas educacionais. O museu abriga exposições temporárias sobre temas de design de mobiliário.

Moneo em “Inquietação teórica e estratégia projetual na obra de oito arquitetos contemporâneos”(2008), analisa o projeto do Vitra Design Museum. Ele diz que Gehry ao perceber um esgotamento no mecanismo que o levava a recomposição do fragmentário, sente-se atraído por uma arquitetura em que a força do unitário é notada. “Ela é contínua, unitária e móvel. O museu do Desenho é uma construção de cubos montados entre si, como num tabuleiro de xadrez, que parecem desafiar as leis da gravidade. (...) Não se identificam elementos que o compõem, o edifício se apresenta como realidade pura." Podem-se estabelecer paralelos com esculturas de vanguardas (Pevsner ou Naum Gabo, More ou Stella). Desta forma, nos mostra como é possível modelar os espaços.
“Gehry não faz distinção entre espaço interior e exterior. Ele dissolve a distinção entre dentro e fora, entre interior e exterior - um espaço indefinível e fluído. Uma idéia que leva a uma figuração em que a unidade prevalece e o movimento se apresenta como atributo indispensável." (...) "Um passo importante de abandonar os mecanismos formais derivados do cubismo, tornando-se um projeto-chave em sua carreira." (Moneo, p.274)

O Guggenheim Museum de Bilbao (1991-1997), seu prédio mais conhecido, um tumulto de contornos e formas, à margem do rio Nervion é um reflexo da cidade com formas novas e dinâmicas. "Seu projeto permite comprovar que o programa estabelecido em Vitra serve para levar adiante uma obra de grande porte, além de demonstrar sua astúcia como urbanista." (Moneo, p.278)

“Por definição, um edifício é uma escultura porque é um objeto tridimensional." Frank Gehry

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Interação

Interagir por meio da tela ou ir para a rua? Dêem uma olhada.

Blogs relacionados: O Primeiro Museu de Streetart ao Ar Livre do Mundo! - http://www.museuefemero.com/



Companhia de Teatro de Rua “Royal de Luxe”.

Royal de Luxe é uma companhia francesa de teatro de rua, que se caracteriza por usar marionetes gigantes em suas obras.
Instalado em Nantes, a companhia foi fundada em 1979 por Jean Luc Courcoult. A história da Royal de Luxe é a rejeição da tradição a uma concepção diferente de criação.
Percebe-se uma especificidade e variedade da linguagem teatral.

www.slideshare.net/cab3032/royal-de-luxe

Usina Orgânica - Um organismo com atividade de usina.
As apresentações são relativamente simples. São colocadas enormes peças, barris, um foguete em madeira pela cidade….um ou dois dias depois o Gigante, ou animal chega na cidade, acorda, e começa a passear pela cidade, fazendo seus afazeres normais, e muitas vezes, interagindo com o público. Todo esse trajeto faz parte de uma história, que vai se desenrolando durante o trajeto, culminando no encontro dos outros Puppets (um Peixe Abissal , uma Lula , Homens , Crianças e um Enorme Elefante), que estavam em outro lado, chegando ao ponto de encontro, onde acontece uma encenação e o Grand Finalle!

Cada Puppet é comandado por 10 a 15 Pupeteers que ficam acoplados às peças (feitas em madeira) e o maquinário (extremamente complexo) é uma mistura mecânica de motores e hidráulica , simetricamente perfeita.
No Youtube há uma série de vídeos de performances deles :
http://www.youtube.com/results?search_query=royal+de+luxe&search_type
http://fr.wikipedia.org/wiki/Royal_de_Luxe
http://knowing-nantes.blogspot.com/2007/07/elephant-that-royal-de-luxe-built.html